quarta-feira, novembro 26, 2008

crônica para o prétensão

Eu pensei que todo macaco fosse filho de papai noel

Tá bom, tá bom... não vou falar o que eu penso desse tal velhinho que traz presentes para as crianças bem comportadas, afinal, é nosso folhetim de estréia, estamos felizes pra cacete, somos daquela raça de macacos-sapiens que não ficam reclamando, somos daqueles que se atiram nos abismos, pois é a única forma de voar! E sim, nós planejamos voar, com ou sem o bom velhinho...
Só que hoje a minha filha (que não quer ouvir o cético irmão) me intimou:
- Mãe, fala a ver-da-de! Papai Noel existe ou não?
Perguntei se era capaz de aceitar uma resposta que ficasse entre o sim e o não pois a verdade verdadeira é que não era o sim nem era o não.
- Ai, mãe, tá vendo? Não existe!
- Filha, você não percebe que algo acontece com as pessoas nessa data em que se comemora o nascimento de um mestre amoroso, mesmo que algumas nem lembrem mais disso, como ficam todas diferentes, e sorriem mais, e recebem o décimo terceiro, e penduram bolas em uma árvore, e fazem compras? Então, o nome que dão a isso que acontece com elas é papai noel.
- hmmm...
- Agora, que isso tudo é um velhinho gordo vestido com roupas de inverno, que atende a todos os pedidos de presentes, sem olhar a conta bancária dos pais, aí vai além da minha imaginação...
- Então existe mas não é como a gente pensa que é. A gente não sabe como é que é!(o descrente ali, só no bico, fingindo não se interessar- homenzinho...)
- Isso! Assim é com o que não vemos e com o que vemos também, não acha?
- Mãe!!!! Compra aquela sandália rosa?
Mas não irei, caros leitores, me perder na metafísica do ho-ho-ho. A hora, me parece, é de incentivar o consumo e Lula alerta: comprem, ou vai faltar empregos. Ou seja, pessoas alienadas que não sentem coceirinha na mão para adquirir cacarecos serão agora chamadas à responsabilidade pelo desemprego perante a crise mundial! Tudo bem até que não acredite em papai noel, mas NÃO CONSUMIR? Como pode ser tão mau? Eu até sei que está lá nos direitos humanos básicos: direito de não atender a solicitações sem sentir-se culpado ou egoísta, mas como dormirei esta noite, eu que planejei um Natal enxuto e tranqüilo?
Bem, deixemos a César o que é de César e nossos sentidos simiescos e intelectuais voltados para amarmo-nos uns aos outros, fazermos compras com sacolas de pano, e pedirmos descontos na compra de sandálias rosas e bolas de futebol.
Um abraço carinhoso em todos amigos do passado, presente e futuro.E como sempre cabe mais o que é bom:
Que todos os seres possam se beneficiar.
necitta.

quarta-feira, novembro 19, 2008


No começo de dezembro estarei em Três Coroas, no Khadro Ling, para a consagração do palácio de Padmasambhava, um Budha para os tibetanos, que levou o Dharma para o Tibet.
Creio ser a maior cerimônia budista já ocorrida na América Latina, tanto em tamanho como em importância. Os demônios dos apegos, das aversões e indiferenças tremem diante das emanações de Padmasambhava!
E o palácio é lindo( aliás, o que é o mestre, hein?)! Vai lá também, por aqui: www.padmasambhavapureland.com