sábado, abril 18, 2015

filhos jovens...

e aí? levar e buscar nas festas. ouvir os relatos e os silêncios. acreditar. os olhinhos lindos descobrindo o mundo e suas fantasias, testando e experimentando.

a benção de que colocam e retiram o altar e fazem prostrações. a benção de que evitam matar seres e tão por dentro que a prática formal vai começar.

EMAHO!

domingo, junho 16, 2013

1995. porto alegre. universitária solitária. Hoje fez sol. E o calor não foi tanto a ponto de atravessar parede. O sol tão majestoso em seu reinado com toda fúria que lhe é inata, não chegava nem mesmo a penetrar pela janela. Fiquei absorta em pensamentos, sentada, na única cadeira do Jk, em frente à janela. A cadeira não combina com a decoração, não é confortável, é preciso um objetivo prá sentar ali e ás vezes eu preciso sentar-me nela. Sentei para contemplar o sol. Seus raios tocavam, acariciavam, enchiam de luz o vidro. Mas não invadiam, não penetravam para esquentar meus pés. Fiquei assim por horas. Tocaram o interfone, era engano. voltei para o trono, a terra tinha girado, deixado o sol para alguma japonesa e eu fui encostar a mão no vidro. O vidro estava quente, espalmei mãos e pés contra ele e então, vi. Na sacada dos fundos do prédio vizinho, com pupilas dilatadas, ele olhava a calcinha azul que revelava-se entre minhas pernas abaixo dos meus pés. Quentes.

quarta-feira, maio 15, 2013

a segunda parte da história do teu nascimento, José , já pensando em deixar pro ano que vem, afinal tu sabe bem como foi criado sem churumelas e olho brilhando no que há por vir, resolvi contar pelos pedidos tão singelos, tão sentidos, de amigos que cativamos e que nos cativam e também pelo teu comentário perplexo de que não sabia, e sabe-se lá de outras versões da história, gosto que saibas da minha. vou tentar não deixar o fluxo de idéias que se entrecruzam sem vírgulas dominar a escrita e colocarei pontos. assim, no meio do nada. porque os espaços falam à imaginação e a verdade será uma colcha de retalhos que nunca você irá terminar.pronto, se parti prá poesia é que o sentido se aprofundou e mesmo que não pareça racional é assim que deve ser passado visto que foi sim, muito doido todo teu andar de onde estava até minha barriga. estávamos comprometidos na fidelidade e despreocupados com usos de preservativos. ali ninguém queria preservar-se de nada. eu fazia minhas iniciações, minhas práticas com Lama Samten, meu circuito teatral, e teu pai "dava um tempo". eu o visitava a cada lua. um dia, no ap onde eu morava com Daniel ,me encrenquei com a vizinha déspota que mandara gradear todo o prédio. comecei a pintar as grades de amarelo e os vizinhos da SOMA, um pessoal anarquista que adora pegar junto em qualquer protesto, alegremente juntou-se a mim. chamaram a polícia. olhei no relógio. final da tarde. saí voando. lembrei de pegar a lanterna. último õnibus. Osório. Maquiné. dali, só esperar a combi dos estudantes da Barra e pegar uma carona.destino. cama do teu pai. jovens apavorados, vidrados no fato de que eu iria mato adentro sendo quase meia noite. mula sem cabeça, lobisomem, eu sorria, a lua estava cheia. muito cheia. não precisei ligar a lanterna, ainda não. um cavalo branco unicórnio a lua e a estrela comigo. cheguei na casa. todos dormiam. procurei tipo ninja o meu porto seguro que havia descido a montanha sem saber o porque, ele me falou. encontrei. ninguém acordou. me deitei. você surgiu
após algumas tentativas de ter um bebê, resolvemos não pensar mais nisso, nessa história de calcular período fértil, lua propícia e escambau. as coisas andavam estressantes em Poa e teu pai finalmente foi morar na comunidade do Vale Encantado, na Barra do Ouro. eu, por minha vez, trabalhava no que gostava, contava dinheiro no fim do mês mas não queria abrir mão do que havia peitado tanto para realizar! não fui com ele. nos separamos em estilo dramalhão mexicano, eu ficaria solta na capital e teu pai com as hippa pelado no meio do mato...não podia funcionar . para tentar dissolver tanta emoção, mergulhei nos ensinamentos e praticamente todos fins de semana tava eu lá no Khadro Ling participando da construção do que seria esse Templo maravilhoso que temos em 3Coroas. Rimpoche, Khadro, tantos praticantes, um mundo em samsara que aponta a saída se apresentava mais efetivo para mim, até então apenas uma deslumbrada meio esotérica que havia chegado a ele através da paixão pelo teu pai. que tava no meio do mato. arrumei um affair americano. melhor maneira de alguém cair na real ainda não vi... não deu uma semana e de barba sem fazer, cheiro de fumaça e terra no sapato bate no apartamento com cara de cachorro pidão dizendo "só falta você". isso tudo era você chegando José , agora vou trabalhar, na volta conto o próximo capítulo. vai prá escola ouvir "com quem será" e tenha um lindo dia filhote amado

sábado, setembro 08, 2012

Universal, para todos Necitta sangue bom. Algo surpreendente me aconteceu ao abrir a Veja, revista da última semana de agosto. Geralmente não vejo a Veja, por considerá-la uma leitura tendenciosa, emotiva, alarmista, reaça demais. Mas eis que ela me chega as mãos com a manchetinha (a grande, de capa, era sobre as vantagens de falar inglês ) sobre as cotas para negros e Índios que seria votada na próxima semana. Me deparo: “UNIVERSIDADES. Porque a nova lei de cotas vai fazer o país andar para trás” My God!(inglish plisss) pensei, os dramáticos alarmando nossa elite branca, clássica, erudita e temerosa de perder seus privilégios... Incrível! Não encontrei nenhum dado contra a política, lendo, era incrível mesmo, como pode uma revista ser tão genialmente escrita que mesmo mostrando estudos positivos, afirma que é um atraso? Me animei, até me diverti com o raciocínio torto de quem claramente escreve com uma intenção e se diz imparcial. Caros leitores, não precisam concordar com as opiniões, mas é urgente que se acabe com a ingênua ideia de que jornalismo é imparcial. Se alguém escreve, é do seu ponto de vista que o faz. Ao leitor cabe procurá-lo, caso não esteja declarado. O ponto de vista da matéria é o mesmo massacrado à exaustão na maioria dos debates sobre o assunto: de que seria uma reparação às injustiças sociais, no caso, à escravidão. Isso gera, realmente, polêmica. Os descendentes de imigrantes, que chegaram por aqui em meio à abolição e chegaram pobres, se ouriçam e o sangue ferve! Compreensível. A elite culpada pela tal dívida, logo trata de falar, nas palavras de Veja: “O círculo vicioso que destina aos ricos ( e brancos ) a maior parte dos lugares nas universidades públicas-sustentadas com o dinheiro de todos os contribuintes, incluindo negros e pobres - tem que ser quebrado”. É uma ideia boa. ( eles usam muito as palavras boa, ruim, má, típicas de pessoas não comprometidas com a lucidez pois são conceitos vagos, relativos ). Lá no começo, na Carta ao Leitor, o engodo é armado e permeia todo o texto:“A principal função da universidade é produzir conhecimento ou reparar injustiças sociais e iniquidades históricas, como a escravidão?” “ se sancionada a Lei de Cotas, ... clara a escolha do governo pela segunda opção” Well, well, vamos por parte: o que seria produzir conhecimento? Do meu ponto de vista, e creio ser razoável, seria juntar o povo, os habitantes de um local, juntar suas experiências, e ocasionar insights, ideias geradas às vezes por um, mas em meio ao todo. All right? Me parece, melhor, fica claro, que o ponto de vista da Veja e de todos que morrem de medo de misturar as gentes do Brasil no local onde se fecunda a intelectualidade de um país, as pesquisas, os novos rumos, enfim, o padrão de ser de um povo, para esses, produzir conhecimento seja ser capaz de memorizar e ser repeteco da forma de pensar europeia. Ou norte americana. A elite sempre teve por premissa fingir que não é daqui. O chique, o culto, o inteligente é de outro lugar, do explorador que nos vê como colônia. A questão maior e mais profunda, não é reparar injustiças históricas e sermos bonzinhos com índios e negros e pobres. A questão é SE OLHAR NO ESPELHO e tomar consciência na cara. PRECISAMOS colorir a nossa “intelligentsia”, pois somos multiculturais, mistureba geral! Macacos me mordam, mas a Europa não deu certo, americanos não são exemplo de desenvolvimento sustentável, nem a China. Nós podemos ser. Mas precisamos nos conhecer e então produzir um conhecimento efetivo. Ponto para o governo, essa é a função da universidade, o final do parágrafo é opinião da revista que entrevista economista especialista em educação para opinar. Economista. Não entrevista ninguém a favor das cotas. E isso é ser sério e imparcial. Tá. Seguimos: “comprometer a excelência do ensino e da pesquisa, já que , por definição, os cotistas são mais mal preparados que do que os não cotistas”. Well, well, há exceções, eu sei disso, e muitas...então esse troço de por definição, é opinião discutível. “a lei corrige na ponta o que deveria ser resolvido na base”. People, onde está a base? Não seria na produção do conhecimento, no pensamento, lá na universidade? Novamente, típico do padrão linear, europeu, cartesiano, diabo a quatro. “se tivéssemos um ensino básico decente, esses alunos conseguiriam competir de igual para igual com os alunos das particulares”.Oh,Lord, por que precisamos competir por vagas? Gostaria de saber por que não há vagas para todos na Universidade, se é obrigatório até o médio. Isso ouvi de Juremir Machado, questionando aqui em Lagoa, e não obtive resposta. “A lei de Cotas põe o peso da correção de injustiças sobre a universidade, atitude populistas que traduz a visão de que o conhecimento não tem importância”. Help! Help! Uma reafirmação do engodo largado no início, sobre o que é conhecimento, para deixar claro que “só é possível filosofar em alemão” como canta Caetano. Veja delira, mas ardilosamente, com cara de sensata... Mas eu disse que a reportagem traz boas novas, e apesar da loucura deles, fico com os dados que forneceram. Com vocês, o que interessa da matéria: -Há estudos que apontam que ao misturar alunos mais preparados , com alunos menos preparados (aqui Veja afirma que 100% dos primeiros vem de particulares e 100% dos segundos vêm da rede pública. Será?) enfim, que os primeiros “puxam” os segundos para cima. A experiência poderá confirmar. - O Brasil tem hoje 2341 instituições de ensino superior. Apenas 59 serão afetadas pela Lei das Cotas. (Por que o drama?) - As federais são a mais importante usinas de descobertas científicas, conhecimento e pesquisa no Brasil. Nenhuma particular entrou no ranking. (ah, taí a explicação ) - A tendência será que muitos pais tirem seus filhos de escolas particulares para colocá-los nas públicas. Isso levaria a um aumento da cobrança de qualidade por parte de uma parcela da população com maior poder de reivindicação e a uma consequente melhora do ensino. Apesar da Veja duvidar que isso ocorra, foi exatamente o que uma professora me falou estar acontecendo no Araby Nácul. - Há estudos indicando que o desempenho dos cotistas, no fim do curso, é semelhante ao dos alunos que entraram pela via normal. Para mim, tá suficiente. Viva a Veja.

sexta-feira, outubro 14, 2011

JOGO DE LUZES E TREVAS- Olhares sobre Idade Média e Renascimento

Introdução

Podemos visualizar a análise de um determinado período em nossa história, como sendo uma peça de um quebra cabeças em movimento contínuo. Quando dizemos “a evolução da história”, significa dizer o mesmo que “a evolução dos historiadores”, ou melhor, dos montadores do quebra cabeças. Muda o historiador, muda o passado. Exemplo bem recente de uma nova peça que reconfigurou todo o jogo, de uma nova perspectiva sobre uma época, são os últimos estudos sobre até então pouco tempo, a famosa e brusca ruptura que haveria entre o Renascimento (estabelecido entre os anos de 1450 e 1750), e a Idade Média, popular Idade das Trevas (476 d.C a 1450), compreendida como uma época de “parada” ou retrocesso até, num suposto desenvolvimento que vinha ocorrendo na Europa desde a antiguidade clássica. Novos historiadores, como Jaques Le Goff, da Escola dos Annales, trazem novas peças, novos olhares, e nos fazem questionar como teria sido essa ruptura entre os dois períodos que a história tradicional convencionalizou.

A busca pelo conhecimento nas duas épocas

O período que sucede a Idade Média é chamado Renascimento pelo ressurgimento do interesse nos estudos da civilização grega, mas sabemos que os gregos nunca deixaram de ser traduzidos pelos sábios medievos, e como lê-se na revista História Viva, Enciclopédia Ilustrada de História 4, pág 268, “textos de escritores pré-cristãos tenham sido copiados e lidos na Europa cristã pelo menos desde o tempo de Carlos Magno”. Claro que com a invenção dos tipos móveis de Gutemberg, que revolucionou a imprensa, dá para imaginar que o conhecimento foi divulgado rapidamente para além de seus poucos detentores. A impressão de livros e jornais concretizou uma época de criatividade talvez jamais repetida. A época do Humanismo.
Tamanha criatividade, ousadia e fascínio dos renascentistas nos dão a impressão de realmente ser uma época de trevas a anterior, no sentido de não haver amor e busca pela sabedoria. Mas até hoje estudamos na mesma estrutura de universidades, criação desse mal falado período, num certo “refúgio da cultura”. Na mesma revista, pag.268, afirma-se: “O contato com o mundo muçulmano e o Império Bizantino deu acesso a obras de filósofos e cientistas islâmicos e da Grécia Antiga”. A seguir, duas imagens de cada um dos períodos, onde podemos observar elementos que mostram as diferenças na forma de buscar a sabedoria.




Durante a Idade Média, nos mosteiros, copiavam-se clássicos, tratados de gramática e comentários críticos sobre as escrituras. Podemos citar como grandes influências as obras de Hipócrátes, Galeno e Avicena. Segundo a revista história viva de março de 2005, pág 55, “mesmo aqueles que entusiasmados pelas coisas do espírito, se mantiveram nos domínios mais austeros da filosofia e teologia, redescobriram, por meio de Aristóteles, todo um saber pagão”. A semente estava lançada.
Agora uma imagem pintada por Hans Holbein em 1533, na corte do rei inglês Henrique VIII. Jean de Dinteville é retratado com amigo e entre eles, objetos que sugerem riqueza e sabedoria. Com objetos como esses, a renascença superou autoridades médicas da antiguidade como Galeno e corrigiu a cartografia do grego Ptolomeu. E o acesso direto, através do livro, da palavra de Deus, foi um grande impulso para a Reforma.




Obra cheia de simbolismo, inclusive ocultos, como a caveira distorcida bem à frente, lembrando a morte. O conhecimento através dos instrumentos científicos que serviam à navegação e medição do tempo. O globo terrestre, mostrando constelações e o livro que é coletânea luterana de hinos religiosos.
Enquanto na primeira imagem, da Idade Média, vemos apenas um conhecimento sendo adquirido, transmitido, na segunda imagem, temos os instrumentos para uma possível observação direta da natureza e a clara alusão à dissecação de cadáveres, uma prática até então pecaminosa, mas que veio a ser fundamental nos avanços dos estudos de anatomia. Era o homem apoderando-se do conhecimento, sistematizado por seus famigerados antecessores.

Considerações Finais

O movimento desse quebra cabeças que é a história é contínuo porque à luz de novos historiadores, aparecem sempre novas peças, ocultas até alguém perceber (bem ao gosto dos artistas renascentistas em suas obras). A Idade Média não foi uma idade obscurantista do ponto de vista de busca de conhecimento. Ela foi o que poderia ser, dado a estrutura mental da época. Mas impulsionou, com suas universidades, e cruzadas, o dito “progresso” dos tradicionais. Então, não está separada dele, antes, é responsável por ele, mesmo sendo opositora em crenças. E se ousando pensar a história assim, em uma eterna construção, eterno encaixe, a derradeira, a versão final, fica com impossível acesso, ao mesmo tempo, mesmo que inconclusa, fica certamente mais completa.

domingo, abril 04, 2010

GEB Flor de Lótus

Tá formalizado. Práticas do budismo ningma, em Lagoa Vermelha, sob orientação de Lama Padma Samten. Emaho! Horários, no cabeçalho do blog.

sábado, dezembro 19, 2009

$%¨#%$#%$#


Seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fudeu!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fudeu!.

descrição de uma comunidade.

domingo, agosto 09, 2009

quem inventa essas coisas?


serão bons esses dias colados a datas? quem inventou? o primeiro dia dos pais que passei sem meu pai, estava na sexta série, obrigada a escrever algo a ele. eu não queria. iria entregar a quem?
quem inventou a escola?
talvez julgassem necessário que eu conseguisse expressar alguma emoção(eu nem havia chorado), talvez tudo estivesse permeado de boas intenções, mas o fato é que odiei (queriam alguma emoção, ok, obtiveram...).
esse ano não tem aula. por conta da gripe. pensei: legal, vai passar batido. meus filhos, que todo ano sofrem a mesma questão, não precisam criar coisas e procurar alguém para entregar, vô, bisavô, tio, todos fake.
afortunadamente, esse ano acordamos sós, eu, meus dois filhos e nossos pais im memoriam. aí, minha garotinha, do fundo do silêncio desse suspenso dia, apareceu com uma linda carta, destinada a seu papai, com uma linda declaração de amor tranquila e saudosa. e me perguntou: o que faço com ela, mãe? será que papai pode ver?
dei duas sugestões, uma que guardasse, outra que queimasse. mas que de qualquer forma, com certeza ele já teria visto.
sigo sem saber se é bom ou não essas datas coladas a alguma comemoração, mas com a clara certeza do benefício que traz o nobre silêncio sem pressões sobre almas machucadas.

quarta-feira, junho 10, 2009

ler o mundo de maneira Aristotélica ou Jarrystíca?- O bom mesmo é poder escolher. pular de uma para outra forma de percepção. uma/outra. ou/ou. conjunção alternativa. ser ou não ser? melhor assim: ser E não ser.

entre uma realidade (forma) e outra, há um "vazio", um "pulo". se serve para alguma coisa ingerir substâncias que alterem a percepção da realidade, é que se percebe que o país das maravilhas é tão real quanto esse software coletivo (sendo que permanecendo neste, podemos nos comunicar com a maioria...).

a criação, aquele que cria, que experimenta, que salta, que pensa e que entra nos espaços entre um pensamento (experiência) e outro. uau. eles existem...êxtase místico. os contemplativos sempre se aplicaram.

como então que alguns donos do saber olham para crianças em plena formação e as criam tão negativamente? o que se passa em suas pobres imaginações??? usar esse poder patafísico (a la Alfred Jarry) para criar seres negativos, tsc, tsc. só posso pensar: mas que falta de imaginação...porque não fumam um baseado? realmente, suas crianças e jovens não precisam mas vocês...um chazinho ia bem, hein?...

domingo, abril 19, 2009

Palmas para Mim


o desejo retorna
ao estado de espera
e eu espero.

e eu estou de parabéns.

quinta-feira, março 05, 2009

Crônica para A Chuva

A Profundidade da Superficialidade...(Tire alguma distração e divertimento)

Necitta circulando na high & down society.

Estava sem saber o que escrever, a Lya já mandando prazo, pressionando, a M.Lisa(com a macaca nessa edição!) sugerindo o volta às aulas, expectativas, ah...cansei! Quero gramur!!! Então, já adiantando que teremos uma coluna de etiquetas por aqui, assessorada pelo melhor colunista social que já agitou essas terras vermelhas, que vem do tempo que nossas socialites flutuavam em saltos altos, fazendo semi-deuses de bandas vizinhas morderem-se de inveja com tanta realeza. Outros tempos. É...aguardem. Enquanto isso, pense sobre a listinha abaixo, tipo aquelas “os dez mais elegantes” “os dez mais ricos” “as dez mais glamourosas” “as dez mais estilosas”... relativa à nossa sociedade, e dê seus próprios nomes aos bois( eu tenho os meus mas não conto!).

Os dez sorrisos mais freqüentes na NG;

As dez boates ambulantes dominicais com o barulho mais horrível(agora com vidros personalizados);

Os dez jovens mais alucinados (incluindo os que dirigem as horríveis boates ambulantes);

As dez alpinistas sociais;

Os dez há anos falidos e nunca arruinados (decadance avec elegance)-colaboração Norman Cohen;

Os dez homens maduros e casados que não parecem maduros nem casados;

As dez mulheres idem;

Os dez cidadãos frustrados por não terem gramur, que resolvem fazer um jornal para conseguir aparecer;

Se esqueci alguma, manda chover!


• semi deuses correspondem a seres que possuem poder, decorrente de méritos passados, mas que, junto a esses méritos, semearam inveja. São movidos à competição. Na iconografia da roda da vida, eles plantam uma árvore em seu reino e ela dá seus frutos no reino dos deuses...).A pedido de M.Lisa, um pouq uinho de Dharma do Budha. Que os seres se beneficiem.

Crônica para A Chuva

Velho papo de outrora( extravagantis geris consequentis...)
por Realitis Necitta

A puberdade da minha geração foi alarmada pela notícia da AIDS. Quanta loucura em torno disso vivemos... Era abrir uma revista, ligar a tv, estar próximo do carnaval e dá-lhe camisinha, camisinha, camisinha. Todos falavam sobre sexo abertamente, na sala, quarto, cozinha e corredor. Até usuários de drogas injetáveis foram olhados e pragmaticamente orientados a terem sua própria seringa... Minha juventude teve esse subtexto: usufruir da liberdade (recém conquistada dos anos de chumbo) aprendendo a exigir e cuidar-se. Não havia tempo para hipocrisias, qualquer um, “quem vê cara não vê aids” poderia ser o próximo. No primeiro momento, as vítimas eram os gays, logo depois, os bissexuais, e então, mulheres casadas infectadas passavam a ser em maior número que prostitutas portadoras, dado a facilidade com que o profissionalismo permitia o uso de preservativo: quer, quer, não quer a fila tá na porta, love of my life.
E de repente, pimba! Não se ouve mais falar a respeito. Descobriram a cura? As pessoas se reeducaram e não precisam mais ser alertadas do perigo eminente? Quem dera fosse. Mas, infelismente, conversando com uma agente da saúde de nosso município, ouço que Lagoa Vermelha tem um dos índices mais altos de infecção por ano do estado. Que os números são tristes e a gente não fica sabendo porque a mídia entediou-se com o assunto, só isso. Notícia banal, não vende. Também, atiraram-se feito urubus, venderam paranóia, armaram o circo e agora ficam atrás de novas atrações. Só prá variar, ninguém quer pensar. E mudar.
Em meus primeiros carnavais, sabíamos que nove meses depois a cidade aumentava a população. Depois, na marra, aprendemos que poderia diminuir. Nossa cidade é carente de cultura, de arte, de pensamentos alternativos, e –logo- terreno fértil para atitudes que liberam a
mente, soltam o espírito sufocado, mas, baby, sorry, levam seu corpinho antes do tempo...
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“Ao mesmo deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
O amor na prática é sempre ao contrário...
Ah, prá que chorar?
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevinida e exata,
Que um dia acaba.”
Cazuza

É. A vida é desprevinida. O portador porta a única notícia certeira: não há prevenção possível da morte.
Ninguém quer ser portador, porque apesar de todos quererem ir para o céu, ninguém quer morrer. Seja disto, seja daquilo.
Para quem é portador da notícia: aproveite o dia, e faça dessa circunstância a grande oportunidade para a iluminação, mesmo por que, nada mais é real mesmo.
Para quem acha que é sólido: sábio quem aprende com suas experiências; safo quem aprende com as dos outros.
Necitta dá a real e ainda brinca no carnaval...
PS: que saudade de girar pelo salão.

sexta-feira, janeiro 16, 2009



benção de ano novo.

atente para novos horários de práticas em nossa sala de meditação. estudo também.

ok. sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonhs só. mas sonho que se sonha junto é realidade...

sábado, dezembro 13, 2008

sombra dakini

Todo grande praticante vajra tem uma Dakini colada feito sombra a si.



O praticante comum também.

quarta-feira, novembro 26, 2008

crônica para o prétensão

Eu pensei que todo macaco fosse filho de papai noel

Tá bom, tá bom... não vou falar o que eu penso desse tal velhinho que traz presentes para as crianças bem comportadas, afinal, é nosso folhetim de estréia, estamos felizes pra cacete, somos daquela raça de macacos-sapiens que não ficam reclamando, somos daqueles que se atiram nos abismos, pois é a única forma de voar! E sim, nós planejamos voar, com ou sem o bom velhinho...
Só que hoje a minha filha (que não quer ouvir o cético irmão) me intimou:
- Mãe, fala a ver-da-de! Papai Noel existe ou não?
Perguntei se era capaz de aceitar uma resposta que ficasse entre o sim e o não pois a verdade verdadeira é que não era o sim nem era o não.
- Ai, mãe, tá vendo? Não existe!
- Filha, você não percebe que algo acontece com as pessoas nessa data em que se comemora o nascimento de um mestre amoroso, mesmo que algumas nem lembrem mais disso, como ficam todas diferentes, e sorriem mais, e recebem o décimo terceiro, e penduram bolas em uma árvore, e fazem compras? Então, o nome que dão a isso que acontece com elas é papai noel.
- hmmm...
- Agora, que isso tudo é um velhinho gordo vestido com roupas de inverno, que atende a todos os pedidos de presentes, sem olhar a conta bancária dos pais, aí vai além da minha imaginação...
- Então existe mas não é como a gente pensa que é. A gente não sabe como é que é!(o descrente ali, só no bico, fingindo não se interessar- homenzinho...)
- Isso! Assim é com o que não vemos e com o que vemos também, não acha?
- Mãe!!!! Compra aquela sandália rosa?
Mas não irei, caros leitores, me perder na metafísica do ho-ho-ho. A hora, me parece, é de incentivar o consumo e Lula alerta: comprem, ou vai faltar empregos. Ou seja, pessoas alienadas que não sentem coceirinha na mão para adquirir cacarecos serão agora chamadas à responsabilidade pelo desemprego perante a crise mundial! Tudo bem até que não acredite em papai noel, mas NÃO CONSUMIR? Como pode ser tão mau? Eu até sei que está lá nos direitos humanos básicos: direito de não atender a solicitações sem sentir-se culpado ou egoísta, mas como dormirei esta noite, eu que planejei um Natal enxuto e tranqüilo?
Bem, deixemos a César o que é de César e nossos sentidos simiescos e intelectuais voltados para amarmo-nos uns aos outros, fazermos compras com sacolas de pano, e pedirmos descontos na compra de sandálias rosas e bolas de futebol.
Um abraço carinhoso em todos amigos do passado, presente e futuro.E como sempre cabe mais o que é bom:
Que todos os seres possam se beneficiar.
necitta.

quarta-feira, novembro 19, 2008


No começo de dezembro estarei em Três Coroas, no Khadro Ling, para a consagração do palácio de Padmasambhava, um Budha para os tibetanos, que levou o Dharma para o Tibet.
Creio ser a maior cerimônia budista já ocorrida na América Latina, tanto em tamanho como em importância. Os demônios dos apegos, das aversões e indiferenças tremem diante das emanações de Padmasambhava!
E o palácio é lindo( aliás, o que é o mestre, hein?)! Vai lá também, por aqui: www.padmasambhavapureland.com

quinta-feira, setembro 18, 2008

ser / não ser.

Se alterno ser ou não ser, ou acredito, ou nego. Ou me deixo levar pelo que acontece, ou me abstraio e não participo.

se sou e não sou, danço.

Mas tudo começa com Shamata.

terça-feira, setembro 16, 2008

SURAMGAMA SUTRA

através da negação- não Ananda, és tolo e estúpido! Se assim fosse, como poderia tal coisa?- Budha vai propiciando a experiência do que é a mente.Se afirmasse, haveria o seu contrário e seria algo relativo. Negando, negando e negando, nada sobra além do que é.

Nada sobra para Ananda, que chora, se debate e sofre, a cada negativa e confrontação com o espaço básico dos fenômenos. Assim entendi...

Ananda era o principal discípulo de Budha, mas só atingiu a iluminação com a morte do mestre, quando os ensinamentos passaram a ser parte de si, e não de sua espetacular memória e corretíssimo comportamento- apesar de saber todos os preceitos, reconhecer a excelência de Budha e fazer tudo como manda o regulamento, Ananda não dançava...

Primeiro obedecemos samsara, depois sentimos aversão, para só então, livres, dançarmos com os fenômenos. Então, samsara e nirvana tornam-se a mesma coisa.

Como diz o ZEN: no começo, árvores são árvores e montanha é montanha. Depois, árvores não são árvores e montanha não é montanha. E por fim, árvores voltam a ser árvores e montanhas voltam a ser montanhas.

Ser e não ser. Não há mais questão.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Realidade fala sobre Budismo

Nesta segunda feira, às 23h, o programa realidade traz à Lagoa Vermelha Nelson Morroni, o Padma Yeshe, um dos mais antigos alunos do Lama Padma Samten, para responder questões que dizem respeito à prática budista de origem tibetana.



O conheço a uns dez anos e é com muita alegria que apresento à comunidade lagoense uma criatura tão querida e praticante cheio de habilidades para apresentar o método de Budha para a liberação.

Antes faremos uma prática em minha casa, às 20hs. Se quiser participar, entre em contato.