domingo, agosto 05, 2007

Meu Amigo Monge

Conheci Gabriel há nove anos atrás, como um rapaz muito bonito, de porte saudável e que curtia muito a vida. O tipo do cara que não podia reclamar de Samsara...uma identidade realmente agradável, acolhedora, no auge da sua testosterona! Duas amigas minhas perderam algumas noites de sono em função dessa harmonia toda. Enfim, como dizia a Camila, uma lasanha espiritualizada!!!
Lembro que na época estava em pleno retorno de saturno e o mundo se configurava em seus melhores dias como o reino dos semi-deuses, paranóico prá cacete, e nos seus piores como o próprio inferno. Gabriel sempre surgia como um oásis de normalidade. "foquei o Lama" contou-me ele sobre como agiu em uma experiência mutcho lôca por qual passou. Esse abençoado toque me acompanha até hoje em minhas próprias experiências. ÊÊÊ salve amigo!
Fomos até Curitiba, ver o Dalai Lama. Eu, grávida de 8 meses, ele apaixonado por uma grande amiga minha. Sim, ele se apaixonava. Hoje, meu amigo mora na Índia e é monge. Se chama Ngawang Tenphel e a pergunta que não quer calar (inclusive eu, a título de informante já perguntei 2 vezes para sua mãe)e circula pelos pensamentos de moças budistas bem intencionadas é: tem volta?
Nesse último retiro em Viamão conversando com Eliane (que já foi sua mãe), soube que algumas mulheres tentam tentá-lo. Sei lá. Deve ser uma tentação tentar tentá-lo, lhe disse e rimos. Um pouco assustadas, o mundo é doidão.
Sei que fiquei anos sem vê-lo, até nosso reencontro no 72 hs. Para mim não tinha essa história de monge, era o Gabriel, pôxa, o Gabriel. Não que eu não respeitasse, mas ah, pára, era o Gabriel. Aí, teve ensinamentos do monge e eu cheguei um pouco atrasada, e quando eu entrei e ele estava lá, explicando o que era um monge, aí brotou como brotam as coisas verdadeiras, o entendimento da morte de uma identidade para o nascimento de uma outra (e que outra! como diz a adolescente do CEBB,uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.) Resta guardar com amor as lembranças do Gabriel: que bela identidade que aceita morrer para ser guardiã dos ensinamentos para a liberação dos seres.
Tenho muito orgulho de ser sua amiga e estou FELIZ e honrada prá caramba por tu achares esse blog, meu amigo Ngawang Tenphel.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fazia tempo que eu não aparecia por aqui.

Que bonito texto!

E que bonita a foto do Gabriel mais acima também.

Achei muito engraçada a expressão "lasanha espiritualizada". Poderias escrever um texto sobre isso; eu gostaria de ler.

padma wangmo- disse...

Ôba! Achaste uma brecha, guria!!!

Vou lá no fabinca ver se tu mexeu por lá...

Tá bom, fica registrada a sugestão, valeu!!